A convulsão febril é um evento comum em crianças pequenas, geralmente ocorrendo quando a temperatura corporal aumenta rapidamente durante uma infecção febril.
Dra Thaís Costa é médica pediatra há quase 15 anos. É formada em medicina pela UFBA – Universidade Federal da Bahia , fez residência em pediatria no Hospital Irmã Dulce, em Salvador – Bahia. É membro da Sociedade Brasileira de Pediatria . Tem qualificação em Suporte Avançado de Vida em Pediatria pela American Heart Association.
Ao longo de sua trajetória, trabalhou em diversos hospitais públicos e privados , entre eles HGE, Hospital Santa Izabel, Hospital da Cidade, Hospital Tereza de Lisieux, como emergencista e diarista de enfermaria e berçário. Já fez consultório em grandes clínicas conveniadas e ambulatórios do SUS e faz trabalhos voluntário. Hoje atua em hospital e em consultório particular e mantém alguns trabalhos voluntários.
Aqui estão alguns pontos importantes sobre convulsões febris:
1- Características da Convulsão Febril:
- Idade: É mais comum em crianças entre 6 meses e 5 anos de idade.
- Causa: Geralmente ocorre em resposta a uma rápida elevação da temperatura, frequentemente associada a infecções virais ou bacterianas.
- Duração: As convulsões febris são geralmente breves, durando apenas alguns minutos (menos de 5 minutos). Raramente duram mais de 15 minutos.
- Sintomas: Durante uma convulsão febril, a criança pode ter movimentos involuntários, perder a consciência, apresentar movimentos de braços e pernas rígidos e espasmódicos, além de salivação excessiva.
2- Gravidade da Convulsão Febril:
- Maioria dos Casos: Na maioria das vezes, convulsões febris não causam danos duradouros e não são consideradas prejudiciais à saúde da criança.
- Riscos: Existe um pequeno risco de que a convulsão febril possa ser o primeiro sinal de uma infecção grave no cérebro (meningite) ou que possa se repetir em convulsões febris recorrentes.
- Recorrência: Crianças que tiveram uma convulsão febril têm maior probabilidade de ter outra durante febres futuras, especialmente se houver antecedentes familiares de convulsões febris.
3- O que Fazer em Caso de Convulsão Febril:
- Manter a Calma: Mantenha a calma para ajudar a criança durante a convulsão.
- Posicionar de Lado: Coloque a criança de lado para evitar que ela se machuque durante os movimentos involuntários.
- Não Segurar a Criança: Evite segurar firmemente ou tentar restringir os movimentos da criança durante a convulsão.
- Chamar Ajuda Médica: Se a convulsão durar mais de 5 minutos, se repetir rapidamente, se a criança tiver dificuldade em respirar após a convulsão ou se for a primeira convulsão febril da criança, chame imediatamente uma ambulância ou leve a criança ao pronto-socorro.
- Monitoramento: Após a convulsão, é importante monitorar a respiração e o estado de consciência da criança e procurar avaliação médica para determinar a causa da febre.
Em resumo, embora assustadoras para os pais, a maioria das convulsões febris não é prejudicial e não causa danos permanentes. No entanto, é importante estar ciente dos sinais de alerta e buscar atendimento médico adequado para garantir a segurança e o bem-estar da criança durante e após o episódio de convulsão febril.
Existem algumas estratégias que podem ajudar a evitar as convulsões febris . Vamos dar uma olhada em algumas dicas práticas:
1. Mantenha a Temperatura Controlada
- Monitore a Febre: Se a criança começar a apresentar febre, monitore a temperatura regularmente. Um termômetro digital é a melhor opção para precisão.
- Medicamentos Antitérmicos: Consulte o pediatra sobre o uso de medicamentos como paracetamol ou ibuprofeno para ajudar a controlar a febre. Esses medicamentos podem ser administrados conforme a orientação médica.
- Banhos Morno: Um banho morno pode ajudar a baixar a temperatura. Evite banhos frios, pois isso pode causar calafrios e, consequentemente, aumentar a temperatura.
2. Identifique e Trate Infecções Precoce
- Visitas ao Pediatra: Se a criança estiver com sinais de infecção (como tosse, dor de garganta ou diarreia), consulte o pediatra para tratar a condição subjacente o mais rápido possível. Isso pode ajudar a evitar o aumento da febre e por consequencia a a convulsão febril.
3. Evite Estímulos Estressantes
- Ambiente Calmo: Em momentos de febre, mantenha um ambiente tranquilo. Evitar situações estressantes pode ajudar a reduzir a chance de a convulsão febril.
4. Educando sobre a Condição
- Conhecimento é Poder: Converse com o pediatra sobre a convulsão febril e o que você deve fazer caso aconteça. Saber como agir pode ajudar a aliviar a ansiedade.
5. Sinais de Alerta
- Identifique Sinais de Convulsão: Esteja atento aos sinais que podem preceder uma convulsão, como tremores ou perda de consciência. Se notar algum desses sinais, mantenha a calma e siga as instruções do médico.
6. Medicamentos Preventivos
- Consulta Médica: Em casos de a convulsão febril recorrente, o médico pode discutir a possibilidade de medicamentos preventivos. Esses medicamentos não são geralmente recomendados para todos, mas podem ser úteis em situações específicas.
7. Hidratação Adequada
- Manter a Criança Hidratada: Ofereça líquidos suficientes para evitar a desidratação, especialmente se a febre estiver alta. Água, soluções de reidratação oral ou caldos são boas opções.
8. Pratique a Relaxação
- Relaxamento e Descanso: Garanta que a criança tenha um tempo adequado para descansar e relaxar. O estresse e a fadiga podem contribuir para o surgimento da convulsão febril.
Conclusão
Embora não seja possível garantir que a convulsão febril não acontecerá, essas dicas podem ajudar a reduzir o risco e a gravidade. Lembre-se de que a convulsão febril, embora assustadora, geralmente não causa danos duradouros e a maioria das crianças se recupera bem. Se você tiver preocupações, sempre consulte o pediatra para obter orientação específica. Estar bem informado e preparado pode fazer toda a diferença!
Convulsão febril é genético?
A convulsão febril não é considerada uma condição diretamente genética, mas a predisposição a convulsões febris pode ter um componente hereditário. Isso significa que, se um dos pais ou irmãos já teve convulsões febris, a criança pode ter um risco maior de também ter.
Fatores a Considerar:
- Histórico Familiar: Pesquisas sugerem que crianças com familiares que tiveram convulsões febris podem ter uma chance maior de experimentar o mesmo. No entanto, muitos fatores contribuem, e nem todas as crianças em famílias com histórico de convulsões febris irão apresentá-las.
- Idade: Convulsões febris ocorrem mais frequentemente em crianças entre 6 meses e 5 anos. O desenvolvimento do cérebro nessa faixa etária pode torná-las mais suscetíveis a convulsões durante episódios de febre.
- Tipo de Febre: A forma como a febre se desenvolve e a rapidez com que ela ocorre também podem influenciar a probabilidade de uma convulsão febril.
- Outros Fatores de Risco: Fatores como infecções (especialmente virais), o estado geral de saúde da criança e a presença de condições médicas podem também desempenhar um papel.
Embora haja uma ligação entre histórico familiar e convulsões febris, não se pode afirmar que a condição é puramente genética. A interação entre fatores genéticos e ambientais é complexa. Se você tem preocupações sobre convulsões febris na sua família, é sempre bom discutir com um médico, que pode oferecer orientações e informações mais específicas.
Convulsão Febril X Epilepsia
Convulsão Febril
A convulsão febril é uma reação do corpo a uma febre alta, geralmente em crianças pequenas, entre 6 meses e 5 anos. Aqui estão algumas características:
- Causa: Ela ocorre quando a temperatura do corpo sobe rapidamente, normalmente devido a infecções, como gripe ou infecções de ouvido.
- Duração: Geralmente, as convulsões febris são curtas, durando menos de 15 minutos, e a criança geralmente se recupera rapidamente.
- Prognóstico: A maioria das crianças que têm convulsões febris não desenvolve epilepsia mais tarde. Essas convulsões não indicam que a criança tenha um problema neurológico sério.
Epilepsia
A epilepsia, por outro lado, é uma condição neurológica que se caracteriza por convulsões recorrentes. Aqui estão suas principais características:
- Causa: As convulsões na epilepsia podem ser desencadeadas por várias razões, incluindo problemas no cérebro, lesões, ou até mesmo fatores genéticos. No entanto, muitas vezes a causa exata não é identificada.
- Duração e Frequência: As convulsões podem variar em duração e intensidade. Elas podem acontecer várias vezes ao longo do tempo, em diferentes momentos, e podem ser diferentes a cada episódio.
- Tratamento: A epilepsia geralmente requer tratamento médico contínuo, como medicamentos anticonvulsivantes, para ajudar a controlar as convulsões.
Resumindo
- Convulsão Febril: Ocorre em crianças pequenas devido a febre alta, geralmente curta e não indica um problema crônico.
- Epilepsia: É uma condição crônica com convulsões recorrentes, que pode precisar de tratamento a longo prazo.
/https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=ZBHkwr8mVPs