O CDC hoje estima que 1 em cada 36 crianças são portadoras de TEA. EM 2018 , no Brasil, estimava-se 1 a cada 44. Em relação ao TDAH , a prevalência no Brasil é estimada em 7,6% das crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos.
Dra Thaís Costa é médica pediatra há quase 15 anos. É formada em medicina pela UFBA – Universidade Federal da Bahia , fez residência em pediatria no Hospital Irmã Dulce, em Salvador – Bahia. É membro da Sociedade Brasileira de Pediatria . Tem qualificação em Suporte Avançado de Vida em Pediatria pela American Heart Association.
Ao longo de sua trajetória, trabalhou em diversos hospitais públicos e privados , entre eles HGE, Hospital Santa Izabel, Hospital da Cidade, Hospital Tereza de Lisieux, como emergencista e diarista de enfermaria e berçário. Já fez consultório em grandes clínicas conveniadas e ambulatórios do SUS e faz trabalhos voluntário. Hoje atua em hospital e em consultório particular e mantém alguns trabalhos voluntários.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM CRIANÇAS
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica caracterizada por padrões variados de déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos ou restritivos.
É denominado “espectro” porque engloba uma ampla gama de sintomas, habilidades e níveis de funcionamento, variando de leve a grave, e pode afetar cada indivíduo de maneira única.
Sintomas e Características
- Dificuldades na Comunicação Social:
-Dificuldade em entender e usar gestos, expressões faciais e linguagem corporal.
-Dificuldade em desenvolver relacionamentos com os outros.
-Dificuldades em iniciar e manter conversas.
- Comportamentos Repetitivos e Restritivos:
-Interesses restritos e intensos em certos temas.
-Adesão inflexível a rotinas ou rituais específicos.
-Movimentos repetitivos como balançar, girar ou bater as mãos.
- Diferenças Sensoriais:
-Sensibilidade aumentada ou diminuída a estímulos sensoriais como luzes, sons, texturas e cheiros.
-Preferência por estímulos sensoriais específicos.
Diagnóstico e Intervenção
- Diagnóstico:
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) geralmente é realizado por pediatras, neuropediatras, psicólogos e/ou psicopedagogos qualificados através da observação do comportamento e desenvolvimento da criança, juntamente com entrevistas com pais e cuidadores.
- Intervenção:
Abordagens terapêuticas e educacionais são fundamentais para ajudar crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a desenvolverem habilidades sociais, de comunicação e comportamentais. Intervenções precoces, como terapia comportamental e intervenção educacional estruturada, têm mostrado melhorar significativamente os resultados a longo prazo.
Suporte Familiar e Comunitário
- Família: O suporte da família desempenha um papel crucial no desenvolvimento da criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) , ajudando a adaptar ambientes e rotinas para atender às necessidades individuais.
- Comunidade: Educar a comunidade sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) promove aceitação e inclusão, criando ambientes mais acolhedores e acessíveis para crianças e adultos autistas.
Perspectiva Futura
- Com o diagnóstico precoce e intervenções adequadas, muitas crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem desenvolver habilidades que lhes permitam levar vidas independentes e satisfatórias na idade adulta.
- A pesquisa contínua sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) visa entender melhor suas causas, desenvolver novas abordagens terapêuticas e promover uma melhor qualidade de vida para indivíduos no espectro.
Em resumo, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa que afeta o desenvolvimento infantil em múltiplos domínios. Com o apoio adequado, incluindo intervenções terapêuticas, educacionais e sociais, crianças com TEA podem alcançar seu potencial máximo e participar plenamente na sociedade.
TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica comum que afeta crianças e, frequentemente, persiste na adolescência e na vida adulta. Caracteriza-se por dificuldades persistentes em manter a atenção, controlar impulsos e regular o comportamento, o que pode interferir significativamente na vida diária da pessoa.
Principais Características
- Desatenção:
- Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido.
- Dificuldade em manter o foco em tarefas ou atividades.
- Parece não escutar quando é falado diretamente.
- Dificuldade em organizar tarefas e atividades.
- Hiperatividade:
- Agitação motora constante, como não conseguir ficar parado.
- Fala excessiva.
- Dificuldade em ficar sentado por períodos prolongados.
- Impulsividade:
- Respostas impulsivas antes de pensar nas consequências.
- Dificuldade em aguardar sua vez.
- Interrupção frequente de outros.
Diagnóstico e Tratamento
- Diagnóstico: O diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) geralmente envolve uma avaliação abrangente por profissionais de saúde, incluindo histórico médico, observações comportamentais e entrevistas com pais, professores e a própria criança.
- Tratamento: O tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) pode incluir uma combinação de intervenções, como :
- Medicação: Estimulantes como metilfenidato e anfetaminas são frequentemente prescritos para melhorar a atenção e controlar impulsos
- Terapia Comportamental: Terapias que ajudam a desenvolver habilidades de organização, planejamento e gerenciamento de impulsos.
- Modificações Educacionais: Ajustes no ambiente escolar para apoiar as necessidades individuais da criança, como classes menores ou estratégias de aprendizagem diferenciadas.
Impacto na Vida
- Desafios Acadêmicos: Dificuldades em completar tarefas escolares, seguir instruções e manter o rendimento acadêmico.
- Relacionamentos: Dificuldade em manter amizades devido a comportamentos impulsivos ou desatenção.
- Autoestima: Impacto na autoconfiança devido a experiências de fracasso repetido em diversas áreas da vida.
Perspectiva Futura
Com o tratamento adequado e suporte contínuo, muitas crianças com TDAH podem aprender a gerenciar seus sintomas e ter sucesso acadêmico, social e profissional. A conscientização e educação sobre TDAH são essenciais para promover compreensão e apoio na comunidade.
Subtipos: – TDAH predominantemente desatento:
Se, por um período de seis meses, os critérios de desatenção forem encontrados, mas não os de hiperatividade/impulsividade.
– TDAH predominantemente hiperativo/impulsivo:
Se, por um período de seis meses, os critérios de hiperatividade/impulsividade forem encontrados, mas não os de desatenção.
– TDAH combinado:
Se, por um período de seis meses, forem encontrados os critérios tanto de distúrbio de atenção quanto de hiperatividade/impulsividade.
Em resumo, o TDAH é uma condição que pode apresentar desafios significativos, mas com intervenção precoce e eficaz, é possível melhorar a qualidade de vida da criança e facilitar seu desenvolvimento saudável em todas as áreas da vida.
DIFERENÇAS ENTRE TDAH E TEA
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) são condições neurológicas distintas, cada uma com suas próprias características, diagnóstico e tratamento. Aqui estão as principais diferenças entre o TDAH e o TEA:
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH):
- Características Principais:
- Desatenção: Dificuldade em manter o foco, facilmente distraído, dificuldade em seguir instruções detalhadas.
- Hiperatividade: Inquietude motora, dificuldade em ficar parado, fala excessiva.
- Impulsividade: Ações impulsivas sem considerar as consequências, dificuldade em esperar sua vez.
- Diagnóstico:
- Geralmente baseado em critérios clínicos específicos, como definidos no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
- Requer avaliação clínica detalhada por um profissional de saúde, incluindo histórico médico, observações comportamentais e entrevistas com pais e professores.
- Tratamento:
- Pode envolver medicação (como estimulantes para melhorar a atenção), terapia comportamental (para desenvolver habilidades de organização e gerenciamento de impulsos) e modificações educacionais (ajustes no ambiente escolar).
- Impacto na Vida:
- Pode afetar negativamente o desempenho acadêmico, relacionamentos sociais e autoestima.
Transtorno do Espectro Autista (TEA):
- Características Principais:
- Dificuldades na Comunicação Social: Dificuldade em entender e usar gestos, expressões faciais e linguagem corporal, dificuldades em desenvolver relacionamentos.
- Comportamentos Repetitivos e Restritivos: Interesses restritos e intensos, adesão inflexível a rotinas ou rituais específicos, movimentos repetitivos.
- Diagnóstico:
- Baseia-se em uma avaliação abrangente que considera o comportamento social, comunicação, interesses e padrões de comportamento repetitivos.
- Envolve observação clínica detalhada, entrevistas com pais e cuidadores, e pode incluir testes de desenvolvimento.
- Tratamento:
- Intervenções terapêuticas e educacionais destinadas a desenvolver habilidades sociais, de comunicação e comportamentais.
- A abordagem varia de acordo com as necessidades individuais, com foco na adaptação do ambiente para apoiar o indivíduo no espectro.
- Impacto na Vida:
- Pode influenciar profundamente o desenvolvimento social, emocional e educacional, requerendo suporte contínuo e adaptações no ambiente.
Diferenças Chave:
- Natureza dos Sintomas:
O TDAH está centrado em dificuldades de atenção, hiperatividade e impulsividade, enquanto o TEA envolve desafios significativos na comunicação social, comportamentos restritivos/repetitivos e sensibilidade sensorial.
- Critérios Diagnósticos:
O diagnóstico de TDAH baseia-se principalmente em déficits de atenção, impulsividade e hiperatividade, enquanto o TEA abrange uma ampla gama de características comportamentais, sociais e comunicativas.
- Abordagem de Tratamento:
O tratamento do TDAH frequentemente envolve o uso de medicamentos estimulantes, além de terapia comportamental e modificações educacionais. Já o TEA requer intervenções especializadas que visam melhorar habilidades sociais, comunicativas e comportamentais.
Embora compartilhem algumas sobreposições em sintomas comportamentais, o TDAH e o TEA são condições distintas com diferentes manifestações clínicas e necessidades de tratamento. Um diagnóstico preciso e uma abordagem de tratamento personalizada são fundamentais para ajudar indivíduos a alcançarem seu potencial máximo de desenvolvimento e bem-estar.
EXISTE DÉFICIT DE ATENÇÃO SEM HIPERATIVIDADE ?
Sim, existe o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), que é caracterizado pela presença de déficit de atenção sem a presença significativa de hiperatividade-impulsividade. Enquanto o TDAH inclui tanto déficit de atenção quanto hiperatividade-impulsividade, o TDA se refere especificamente aos indivíduos que apresentam predominantemente os sintomas de desatenção.
Características do TDA (Transtorno de Déficit de Atenção):
- Desatenção:
- Dificuldade em manter o foco em tarefas ou atividades.
- Facilmente distraído por estímulos externos.
- Dificuldade em seguir instruções detalhadas ou completar tarefas.
- Outras Características:
- Pode incluir desorganização, esquecimento frequente de compromissos ou responsabilidades.
- Dificuldade em gerenciar o tempo de forma eficaz.
- Pode ser visto como “distraído” ou “esquecido” pelos outros.
Diagnóstico e Tratamento do TDA:
- Diagnóstico:
Similar ao TDAH, o diagnóstico de TDA é realizado através de uma avaliação clínica detalhada por profissionais de saúde qualificados, que inclui histórico médico, observação comportamental e entrevistas com pais, cuidadores e, possivelmente, a própria pessoa.
- Tratamento:
O tratamento pode envolver estratégias comportamentais, modificações ambientais e, em alguns casos, medicamentos não estimulantes que ajudam a melhorar a atenção e a capacidade de concentração.
Portanto, sim, é possível ter déficit de atenção sem hiperatividade, caracterizando o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA).
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Amei suas explicações sobre o TEA e TDAH. Bem esclarecedor.
Amei as explicações, foi de muita importância para o meu trabalho com crianças com TEA e com TDAH.