DRA. THAIS COSTA

 Saiba a diferença entre bronquiolite, asma, pneumonia e bronquite; as doenças pulmonares mais comuns nas crianças.

1-  O que é Bronquiolite?

bronquiolite asma pneumonia

Dra Thaís Costa é médica pediatra há quase 15 anos. É formada em medicina pela UFBA – Universidade Federal da Bahia , fez residência em pediatria no Hospital Irmã Dulce, em Salvador – Bahia. É membro da Sociedade Brasileira de Pediatria . Tem qualificação em Suporte Avançado de Vida em Pediatria pela American Heart Association.

Ao longo de sua trajetória, trabalhou em diversos hospitais públicos e privados , entre eles HGE, Hospital Santa Izabel, Hospital da Cidade, Hospital Tereza de Lisieux, como emergencista e diarista de enfermaria e berçário. Já fez consultório em grandes clínicas conveniadas e ambulatórios do SUS e faz trabalhos voluntário. Hoje atua em hospital e em consultório particular e mantém alguns trabalhos voluntários.

Bronquiolite é uma  doença comum, especialmente em lactentes e crianças pequenas de até 2-3 anos de idade,  afetando as vias respiratórias inferiores, especificamente os bronquíolos, que são as menores passagens de ar nos pulmões.

Geralmente, a bronquiolite é causada por infecções virais (por isso também podemos falar que é uma virose) como o vírus sincicial respiratório (VSR). A bronquiolite é frequentemente observada durante os meses mais frios do ano.

A faixa etária mais afetada pela bronquiolite são as crianças de 0 a 2 anos . Os bebês nascidos de forma prematura ou crianças que tem problemas crônicos de saúde como doenças cardácas ou pulmonares tem risco maior de evoluir com mais gravidade e necessidade de hospitalização.

SINTOMAS:

Os sintomas  típicos incluem:

  • tosse persistente, 
  • obstrução nasal 
  • chiado no peito,
  • dificuldade para respirar 
  • respiração rápida

Esses sinais podem variar de leves a severos, dependendo da gravidade da infecção e da saúde geral da criança. Em casos mais brandos, os sintomas da bronquiolite podem assemelhar-se a um resfriado comum, enquanto casos mais graves podem levar à necessidade de hospitalização, especialmente se a criança tiver dificuldade para respirar e/ou necessitando de suporte de oxigênio.

Chama atenção e traz angústia a família o caráter oscilante da doença durante o ciclo viral. è comum altos e baixos de melhora e piora ao longo do quadro viral. Por isso é extremamente importante o apoio e a avaliação de um pediatra experiente.

DIAGNÓSTICO 

O diagnóstico de bronquiolite geralmente é baseado na idade, nos sintomas e na história médica da criança. Podem ser pesquisados vírus respiratórios por swab nasal , entretanto, resultados negativos, não necessariamente afastam a doença.

Existem ainda alguns sinais vistos na radiografia de tórax que podem ajudar a concluir a respeito do diagnóstico de bronquiolite . Embora esses sinais não sejam específicos, eles geralmente estão presentes e em conjunto com a ausência de outros achados típicos por exemplo de pneumonia, levam a conclusão diagnóstica.

TRATAMENTO

O tratamento da bronquiolite, na maioria dos casos, é de suporte, o que significa que os pediatras focam em aliviar os sintomas enquanto o corpo da criança combate a infecção. É importante manter a criança hidratada, e na bronquiolite a depender da gravidade, faz-se necessário suspender alimentação ela boca ou aleitamento materno . Algumas vezes só é possível manter a hisratação através do acesso venoso ou através do uso de uma sonda que vai do nariz até o estômago .

Além da hidratação , a criança com bronquiolite deve manter a lavagem nasal com frequência para deixar o nariz sempre desobstruído e diminuir a quantidade de vírus presente na via aérea. O uso do oxigênio vai ser necessário quando a dificuldade da criança em respirar for tão grande que o esforço que ela faz não é suficiente para manter os níveis de oxigênio no sangue.

PREVENÇÃO 

A prevenção da bronquiolite é desafiadora, uma vez que muitos vírus diferentes podem causar a doença. No entanto, medidas podem ajudar a reduzir o risco de propagação viral: 

  • lavagem frequente das mãos, 
  • evitar contato próximo com pessoas doentes,
  • manter ambientes limpos e bem ventilados
  • evitar exposição de bebês em ambientes fechados
  • evitar visita aos bebês até os 6 meses de idade
  • manter a vacinação dos prematuros com a palivizume (conforme a indicação do ministério da saúde) atualizada conforme cada região

Em resumo, embora a bronquiolite seja comum e muitas vezes assustadora para os pais, a maioria das crianças se recupera completamente com o tempo e com cuidados adequados.

 É sempre aconselhável procurar orientação de um pediatra  se houver preocupações com a saúde respiratória de uma criança, especialmente se os sintomas parecerem graves ou persistentes.

2- O que é asma?

asma desconforto respiratório bombinha espaçador pneumonia broncoespasmo
O médico especialista em asma na infância é o pediatra. Dra Thaís é médica pediatra de asma e rinite em Salvador.

A asma é uma condição crônica das vias respiratórias que pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em crianças. Caracteriza-se por inflamação e estreitamento (diminuição) das vias aéreas, o que pode resultar em episódios recorrentes de falta de ar, chiado no peito, tosse, aperto no peito e desconforto .

 SINTOMAS 

Os sintomas da asma variam de leves a graves e podem ser desencadeados por diferentes fatores e cada criança com asma pode ter seus próprios desencadeadores específicos , como:

  • substâncias alergênicas (pólen, ácaros, pelos de animais), 
  • substâncias irritantes (fumaça, poluição do ar), 
  • infecções respiratórias, 
  • mudanças climáticas, 
  • exercício físico intenso, entre outros.  

DIAGNÓSTICO 

O diagnóstico da asma geralmente é baseado em uma combinação de histórico médico, exame físico e testes de função pulmonar, como a espirometria. 

TRATAMENTO 

O tratamento da asma visa controlar os sintomas e prevenir crises. Isso pode incluir o uso de medicamentos de alívio rápido (como broncodilatadores) para abrir as vias aéreas durante crises agudas, e medicamentos de controle a longo prazo (como corticosteroides inalatórios) para reduzir a inflamação e prevenir a ocorrência de sintomas.

PREVENÇÃO 

Além do tratamento medicamentoso, a educação do paciente com asma (e de seus cuidadores, no caso de crianças) sobre a doença é fundamental. Isso envolve aprender a reconhecer os sinais de piora, evitar os gatilhos conhecidos e usar os medicamentos corretamente conforme orientação médica. A gestão eficaz da asma pode permitir que os indivíduos levem uma vida ativa e sem limitações significativas, com o mínimo de necessidade de hospitalizações ou idas a emergência.

Embora não haja cura definitiva para a asma, muitas pessoas conseguem controlar bem seus sintomas com o tratamento adequado e um plano de manejo bem estruturado. É importante que qualquer criança com sintomas respiratórios persistentes consulte um pediatra para avaliação e tratamento adequados, a fim de melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de complicações relacionadas à doença respiratória crônica.

3-  O que é bronquite ?

BRONQUITE BRONQUIOLITE ASMA 
CHIADO CANSAÇO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO

 A bronquite é uma condição respiratória comum que envolve a inflamação dos tubos bronquiais, as passagens que levam o ar para os pulmões. Essa inflamação pode resultar em um aumento na produção de muco e pode ser aguda ou crônica, dependendo da duração e da causa subjacente.

A bronquite aguda geralmente é causada por infecções virais ou bacterianas, como o resfriado comum ou a gripe. 

SINTOMAS 

Os sintomas típicos incluem:

  • tosse persistente com muco (que pode ser claro, esbranquiçado ou amarelado), 
  • desconforto no peito, 
  • febre baixa, 
  • fadiga (cansaço)
  • dificuldade para respirar. 

Normalmente, a bronquite aguda melhora dentro de algumas semanas com repouso, hidratação adequada e, em alguns casos, medicamentos para aliviar os sintomas.

Por outro lado, a bronquite crônica é uma condição de longo prazo caracterizada por tosse persistente que pode durar meses ou anos. Fumantes são particularmente suscetíveis à bronquite crônica devido aos efeitos nocivos do fumo sobre as vias aéreas e a capacidade do organismo de eliminar muco. 

Além do tabagismo, a exposição prolongada a irritantes no ambiente, como poluição do ar, poeira ou vapores químicos, também pode desencadear ou piorar a bronquite crônica.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de bronquite muitas vezes envolve uma combinação de história clínica detalhada, exame físico e, às vezes, testes adicionais, como radiografias de tórax ou espirometria.

TRATAMENTO

 O tratamento da bronquite varia com base na causa e na gravidade da condição, mas pode incluir medicamentos para aliviar a tosse e a inflamação, bem como medidas para reduzir a exposição a fatores desencadeantes.

PREVENÇÃO 

A prevenção da bronquite aguda muitas vezes se concentra em evitar a exposição a vírus e bactérias respiratórios, como lavar as mãos regularmente e evitar o contato próximo com pessoas doentes. Já para a bronquite crônica, a cessação do tabagismo (parar de fumar) é fundamental para reduzir os sintomas e melhorar a função pulmonar ao longo do tempo.

Em resumo, enquanto a bronquite pode ser desconfortável e debilitante, especialmente durante episódios agudos, a maioria dos casos pode ser gerenciada de forma eficaz com cuidados apropriados e acompanhamento médico. A consulta com um pediatra ou pneumopediatra é essencial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado para cada caso de forma individualizada. Lembre-se pai e mãe, seu filho é único.

4- O que é Pneumonia ?

PNUEMONIA ASMA BRONQUITE BRONQUIOLITE CANSAÇO DESCONFORTO RESPIRATORIO CHIADO SIBILO SIBILANCIA 
DOR TORACICA

A pneumonia é uma infecção respiratória que afeta os pulmões, resultando na inflamação dos sacos de ar (alvéolos). Esta condição pode ser causada por diversos agentes infecciosos, incluindo bactérias, vírus e fungos. 

A pneumonia pode variar de leve a grave e pode afetar pessoas de todas as idades, embora crianças pequenas, idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido ou com doenças crônicas sejam mais suscetíveis.

SINTOMAS 

Os sintomas típicos de pneumonia incluem tosse persistente, que pode produzir muco espesso ou com sangue, febre alta, calafrios, dificuldade para respirar, dor no peito ao respirar ou tossir, e sensação de fraqueza geral. Em crianças pequenas, os sintomas podem incluir além dos anteriores , dificuldade para se alimentar, febre alta e irritabilidade.

Complicações da pneumonia podem incluir a formação de abscessos nos pulmões, o surgimento de água nos pulmões (ao que chamamos derrame pleural) e dificuldade respiratória grave (que pode necessitar de suporte de oxigênio), e em casos extremos, choque séptico, que é uma infecção generalizada a partir de uma infecção menor, bastante temida pelos pediatras e que leva o paciente a UTI e algumas vezes, infelizmente , a óbito .

DIAGNOSTICO 

O diagnóstico de pneumonia geralmente envolve uma combinação de histórico médico detalhado, exame físico, e exames como radiografia de tórax e exames de sangue e análise do escarro.

TRATAMENTO

O tratamento depende da causa específica da pneumonia, mas frequentemente inclui o uso de antibióticos para infecções bacterianas, antivirais para infecções virais, e antifúngicos para infecções fúngicas. Medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos para febre e dor, também podem ser prescritos.

Em casos mais graves, a pneumonia pode “derramar” . Isto significa que a infecção causou uma espécie de água nos pulmões. Essa “água é vista pela radiografia e/ou ultrassonografia de tórax. A Usg de tórax é capaz de informar a quantidade de liquido no pulmão . A depender dessa quantidade, além do tratamento da pneumonia requerer internamento para antibioticoterapia na veia, pode ser necessário drenagem cirúrgica (retirada da água dos pulmões através de uma cirurgia chamada toracocentese).

Quando a pneumonia evolui ainda pior e acaba levando a um abscesso pulmonar (uma espécie de furúnculo no pulmão), é necessário que a criança seja internada, passe por exames ainda mais minuciosos, como tomografia de tórax , além de necessitar da avaliação de um cirurgão pediátrico que irá definir a necessidade de um procedimento cirúrgico para a retirada dessa lesão do pulmão (decorticação pulmoonar / drenagem de abscesso pulmonar).

PREVENÇÃO 

A prevenção da pneumonia envolve medidas como vacinação pneumocócica (especialmente para crianças pequenas, idosos e pessoas com condições médicas crônicas),  vacinação contra a gripe, lavagem frequente das mãos, evitar fumar e evitar o contato próximo com pessoas doentes. Em outro post , falaremos mais sobre as vacinas disponíveis hoje contra pneumonia.

Em resumo, embora a pneumonia possa ser uma doença séria e potencialmente fatal, especialmente em grupos de risco, a grande maioria dos casos pode ser tratada de forma eficaz desde que exista um pediatra assistente alerta e uma família bem orientada, de forma a aderir bem ao tratamento ficando alerta aos sinais de piora.

É importante procurar atendimento médico imediato se houver suspeita de pneumonia para um diagnóstico precoce e tratamento adequado, minimizando assim o risco de complicações graves.

Você já ouviu falar sobre: 

– PNEUMONIA AFEBRIL DO LACTENTE ???

A pneumonia afébril em lactentes é uma condição relativamente incomum, mas pode ocorrer, especialmente em lactentes muito jovens. A característica principal desta forma de pneumonia é a ausência de febre, o que pode tornar o diagnóstico um desafio inicial para os pais e profissionais de saúde.

Esta condição pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como vírus e bactérias, que afetam os pulmões e causam inflamação nos alvéolos e nos tecidos adjacentes. Os sintomas podem variar, mas frequentemente incluem tosse persistente (que pode ou não ser produtiva), dificuldade para respirar (manifestada por respiração rápida ou difícil), chiado no peito, irritabilidade, diminuição do apetite e cansaço excessivo.

DIAGNÓSTICO 

O diagnóstico de pneumonia afébril em lactentes pode exigir uma investigação mais detalhada, uma vez que a febre não está presente para indicar claramente uma infecção. Os médicos podem realizar exames físicos cuidadosos, incluindo auscultação dos pulmões e avaliação do estado geral da criança, além de exames como radiografia de tórax e análise de amostras respiratórias, se necessário.

TRATAMENTO 

O tratamento da pneumonia afébril em lactentes geralmente envolve o uso de antibióticos se a causa for bacteriana, além de medidas de suporte como hidratação adequada, monitoramento da oxigenação e administração de medicamentos para aliviar os sintomas respiratórios.

PREVENÇÃO 

A prevenção é sempre importante, e medidas como vacinação contra doenças que podem predispor à pneumonia, como gripe e coqueluche, são recomendadas. Além disso, evitar a exposição a fumos, poluentes e outras substâncias irritantes pode ajudar a reduzir o risco de infecções respiratórias.

Assim, embora a pneumonia afebril em lactentes seja menos comum, é importante estar ciente dos sinais e sintomas que podem indicar problemas respiratórios, mesmo na ausência de febre. A busca por cuidados médicos imediatos é essencial para um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz, garantindo assim a recuperação completa e a saúde respiratória adequada da criança.

Toda criança que passou pelo tratamento de uma dessas condições ou passou por um internamento merece uma avaliação cuidadosa de um pediatra . 

Passou por alguma dessas situações? Já foi no pediatra? Se precisar , entre em contato , vamos nos conectar !

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