O diabete mellitus tipo 1 em crianças é uma condição crônica em que o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, um hormônio essencial para regular os níveis de glicose no sangue. Aqui estão informações importantes sobre o diabetes tipo 1 em crianças:
Dra Thaís Costa é médica pediatra há quase 15 anos. É formada em medicina pela UFBA – Universidade Federal da Bahia , fez residência em pediatria no Hospital Irmã Dulce, em Salvador – Bahia. É membro da Sociedade Brasileira de Pediatria . Tem qualificação em Suporte Avançado de Vida em Pediatria pela American Heart Association.
Ao longo de sua trajetória, trabalhou em diversos hospitais públicos e privados , entre eles HGE, Hospital Santa Izabel, Hospital da Cidade, Hospital Tereza de Lisieux, como emergencista e diarista de enfermaria e berçário. Já fez consultório em grandes clínicas conveniadas e ambulatórios do SUS e faz trabalhos voluntário. Hoje atua em hospital e em consultório particular e mantém alguns trabalhos voluntários.
Causas e Mecanismo:
- Autoimunidade: A principal causa do diabetes tipo 1 é uma reação autoimune, na qual o sistema imunológico da criança ataca e destrói as células beta do pâncreas, que são responsáveis pela produção de insulina.
- Genética e Fatores Ambientais: Além da predisposição genética, fatores ambientais, como infecções virais, podem desencadear o desenvolvimento do diabetes tipo 1 em crianças suscetíveis.
Sintomas:
- Sede Excessiva (polidipsia): A criança pode beber grandes quantidades de líquidos e ainda assim sentir sede constante.
- Micção Frequente (poliúria): Aumento da frequência urinária, especialmente à noite.
- Fome Excessiva (polifagia): Mesmo comendo regularmente, a criança pode se queixar de fome constante.
- Perda de Peso: Apesar de comer mais, a criança pode perder peso rapidamente.
- Fadiga e Irritabilidade: Sensação de cansaço extremo e alterações de humor.
- Visão Turva: Pode ocorrer devido às alterações nos níveis de glicose no sangue.
Diagnóstico:
- Testes de Glicemia: O diagnóstico do diabete mellitus tipo 1 geralmente é confirmado por meio de testes de glicemia em jejum e pós-prandial.
- Teste de Hemoglobina A1C: Esse teste pode fornecer uma média dos níveis de glicose no sangue ao longo de várias semanas.
Tratamento:
- Insulina: A base do tratamento para diabetes tipo 1 em crianças é a administração de insulina por injeções subcutâneas múltiplas ao longo do dia ou por meio de uma bomba de insulina.
- Monitoramento da Glicose: A criança e os pais devem monitorar regularmente os níveis de glicose no sangue para ajustar as doses de insulina e garantir um controle adequado.
- Plano Alimentar: Um nutricionista pode ajudar a desenvolver um plano alimentar adequado, focado na contagem de carboidratos e na distribuição equilibrada dos nutrientes.
- Exercício Físico: A prática regular de atividade física é importante para ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue e promover a saúde geral.
Cuidados Contínuos:
- Educação e Suporte: É essencial que a criança e a família recebam educação contínua sobre o manejo do diabetes tipo 1, incluindo o reconhecimento de sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia, além do uso correto da insulina.
- Apoio Psicológico: Viver com diabetes tipo 1 pode ser desafiador emocionalmente para a criança e a família, e o suporte psicológico pode ser benéfico para lidar com o estresse e as preocupações associadas à condição.
- Monitoramento Médico Regular: Consultas regulares com uma equipe multidisciplinar de saúde, incluindo endocrinologistas pediátricos, são essenciais para monitorar o controle do diabete mellitus tipo 1 ajustar o tratamento conforme necessário e prevenir complicações a longo prazo.
O manejo do diabete mellitus tipo 1 em crianças requer um esforço conjunto da criança, dos pais e de uma equipe médica especializada para garantir um controle adequado da condição e promover uma vida saudável e ativa.
A CETOACIDOSE NA DIABETE MELLITUS TIPO 1
A cetoacidose diabética (CAD) é uma complicação séria que pode ocorrer em pessoas com diabetes, especialmente aqueles com diabetes tipo 1. É importante entender o que acontece durante esse processo e como podemos preveni-lo.
Basicamente, a CAD ocorre quando o corpo não tem insulina suficiente para transformar a glicose em energia. Como resultado, ele começa a usar a gordura como fonte de energia. Durante esse processo, o fígado produz substâncias chamadas cetonas, que são ácidos. Quando as cetonas se acumulam no sangue, isso pode levar a um estado de acidose, ou seja, o sangue se torna muito ácido, o que pode ser perigoso.
Os principais fatores que podem desencadear a cetoacidose incluem a falta de insulina, infecções, estresse emocional ou físico, e até mesmo a ingestão inadequada de alimentos. Os sintomas podem se manifestar de maneira bastante intensa e incluem sede excessiva, frequência urinária aumentada, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão e, em casos mais graves, até perda de consciência.
Se alguém estiver passando por esses sintomas, é essencial buscar ajuda médica imediatamente. A CAD pode se desenvolver rapidamente, às vezes em questão de horas, então a atenção precoce é crucial. O tratamento geralmente envolve a administração de fluidos intravenosos para reidratar o corpo, reposição de eletrólitos e administração de insulina para ajudar a reduzir os níveis de glicose e cetonas no sangue.
A prevenção é sempre o melhor caminho. Para pessoas com diabetes, manter um monitoramento regular da glicemia é fundamental. Saber como agir em situações de doença, estresse ou alteração na rotina pode ajudar a evitar a CAD. É importante ter um plano de ação, que pode incluir manter um estoque de insulina e ter um kit de emergência com informações sobre o diabetes, além de manter contato próximo com o médico.
Outra parte importante da prevenção é a educação sobre a condição. Conhecer os sinais e sintomas da cetoacidose e entender como a alimentação, o exercício e o uso da insulina influenciam os níveis de glicose no sangue pode fazer uma grande diferença. O apoio de familiares e amigos também é fundamental, pois um ambiente compreensivo e solidário pode ajudar a pessoa a gerenciar melhor sua condição.
Em suma, a cetoacidose diabética é uma condição séria, mas com a conscientização, educação e cuidados adequados, é possível prevenir e tratar essa complicação de forma eficaz. Estar atento às necessidades do corpo e agir rapidamente ao notar qualquer sintoma pode salvar vidas.
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