DRA. THAIS COSTA

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A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta a habilidade de uma pessoa ler, escrever e soletrar com precisão. É importante notar que a dislexia não está relacionada à inteligência; trata-se de uma dificuldade específica na área da linguagem. Existem diferentes formas e apresentações da dislexia, que podem variar de indivíduo para indivíduo.

Dra Thaís Costa é médica pediatra há quase 15 anos. É formada em medicina pela UFBA – Universidade Federal da Bahia , fez residência em pediatria no Hospital Irmã Dulce, em Salvador – Bahia. É membro da Sociedade Brasileira de Pediatria . Tem qualificação em Suporte Avançado de Vida em Pediatria pela American Heart Association.

Ao longo de sua trajetória, trabalhou em diversos hospitais públicos e privados , entre eles HGE, Hospital Santa Izabel, Hospital da Cidade, Hospital Tereza de Lisieux, como emergencista e diarista de enfermaria e berçário. Já fez consultório em grandes clínicas conveniadas e ambulatórios do SUS e faz trabalhos voluntário. Hoje atua em hospital e em consultório particular e mantém alguns trabalhos voluntários.

Aqui estão algumas das formas mais comuns de dislexia:

1 -Dislexia Fonológica:

  • Características:
    • Dificuldade em associar sons individuais (fonemas) com seus símbolos correspondentes (grafemas).
    • Dificuldade em segmentar palavras em sons individuais e em combinar sons para formar palavras.
    • Pode ter dificuldade em ler palavras não familiares e em soletrar palavras foneticamente.
  • Impacto:
    • Dificuldade em aprender a ler fluentemente e com precisão.
    • Pode afetar a fluência na leitura em voz alta e a compreensão da leitura.

2 – Dislexia Superficial ou Visual:

  • Características:
    • Dificuldade em reconhecer palavras com aparência irregular, como palavras que não seguem as regras fonéticas comuns (por exemplo, “dever” versus “deter”).
    • Pode ter dificuldade em ler palavras cuja pronúncia não corresponde à grafia.
  • Impacto:
    • Pode levar a erros de leitura frequentes, especialmente em palavras que não podem ser deduzidas através de regras fonéticas simples.
    • Pode resultar em problemas de compreensão da leitura, uma vez que a decodificação incorreta pode levar a interpretações equivocadas do texto.

3 – Dislexia Profunda ou Mista:

  • Características:
    • Combinação de dificuldades fonológicas e visuais.
    • Pode apresentar uma ampla gama de sintomas, incluindo dificuldades na fluência da leitura, soletração inconsistente e problemas persistentes com a decodificação e compreensão da leitura.
  • Impacto:
    • Pode ser uma forma mais complexa e desafiadora de dislexia, exigindo estratégias de intervenção mais abrangentes e individualizadas.

4 – Dislexia Secundária ou Adquirida:

  • Características:
    • Desenvolve-se após um período de desenvolvimento normal da leitura.
    • Pode ocorrer devido a lesões cerebrais, trauma, doenças ou condições médicas que afetam o cérebro.
  • Impacto:
    • Pode apresentar sintomas semelhantes aos de outras formas de dislexia, mas com um início repentino após o incidente que afetou o cérebro.
    • Requer avaliação e manejo cuidadosos, muitas vezes envolvendo uma equipe de profissionais de saúde, incluindo neurologistas e fonoaudiólogos.

Características Gerais da Dislexia:

  • Dificuldades Persistentes:
    • Dificuldade em decodificar palavras (transformar letras em sons).
    • Dificuldade em soletrar palavras corretamente.
    • Leitura lenta e laboriosa, especialmente em textos mais complexos.
    • Problemas com a fluência da leitura e a compreensão do que foi lido.
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Intervenção e Suporte:

  • Abordagem Multifacetada:
    • Intervenção precoce e adaptada às necessidades individuais.
    • Uso de estratégias de ensino especializadas que se concentram na fonologia, na decodificação visual e na compreensão da linguagem.
    • Apoio emocional e educacional para ajudar o indivíduo a enfrentar desafios acadêmicos e desenvolver habilidades compensatórias.

A compreensão das diferentes formas de dislexia é essencial para fornecer suporte adequado e intervenção eficaz para indivíduos que enfrentam essas dificuldades. A intervenção precoce e personalizada pode fazer uma diferença significativa no desenvolvimento da alfabetização e na qualidade de vida das pessoas com dislexia.

Tratamento multidisciplinar

O tratamento da dislexia envolve uma equipe de profissionais que trabalham juntos para ajudar as crianças a superar suas dificuldades de leitura e escrita. Cada forma de dislexia pode exigir abordagens diferentes, mas o foco sempre é oferecer apoio e estratégias personalizadas.

Psicopedagogos são frequentemente os primeiros a serem procurados. Eles avaliam a criança para entender suas dificuldades específicas e criam um plano de aprendizado adaptado. Usam atividades lúdicas e materiais diversificados que tornam o aprendizado mais divertido e acessível.

Os fonoaudiólogos também desempenham um papel importante. Eles ajudam as crianças a melhorar a percepção dos sons na linguagem, que é essencial para ler e escrever. Por meio de jogos e exercícios, ensinam a reconhecer e manipular sons, facilitando a conexão entre letras e fonemas.

Na escola, professores são fundamentais. Eles adaptam o ensino para atender às necessidades de cada aluno. Isso pode incluir o uso de tecnologia, como aplicativos de leitura e gravações de aulas, além de oferecer mais tempo para realizar atividades e usar materiais visuais que ajudem na compreensão.

Psicólogos podem ajudar as crianças a lidar com as emoções e desafios que vêm com a dislexia. Muitas vezes, essas crianças enfrentam frustrações e inseguranças, e o apoio psicológico é essencial para que elas desenvolvam confiança e motivação.

As terapias ocupacionais também podem ser úteis, especialmente para melhorar a coordenação motora. Isso é importante, pois a escrita envolve habilidades motoras que podem ser um desafio para algumas crianças com dislexia.

Outro aspecto crucial é o envolvimento da família. Pais e responsáveis podem criar um ambiente de apoio em casa, incentivando a leitura e oferecendo ajuda nas tarefas de forma positiva. A comunicação entre família e escola é fundamental para garantir que todos estejam na mesma página e trabalhando em conjunto.

Por fim, grupos de apoio podem proporcionar um espaço seguro para que crianças e pais compartilhem experiências. Esses grupos ajudam a normalizar a dislexia e mostram que não estão sozinhos nessa jornada.

Em resumo, o tratamento da dislexia é um esforço coletivo, onde cada profissional traz suas habilidades para ajudar a criança a se desenvolver. A colaboração entre todos — profissionais, família e escola — é a chave para que a criança tenha um aprendizado mais feliz e eficaz.

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