DRA. THAIS COSTA

O QUE É LACTOSE ?

A lactose é um tipo de açúcar que está presente no leite e em produtos lácteos, como queijo e iogurte. Ela é formada por duas moléculas (como se fossem duas partes) : a glicose e a galactose. Para que o corpo possa usar a lactose como energia, é preciso que ela seja quebrada , dividida nessas partes menores , por uma enzima chamada lactase.

Dra Thaís Costa é médica pediatra há quase 15 anos. É formada em medicina pela UFBA – Universidade Federal da Bahia , fez residência em pediatria no Hospital Irmã Dulce, em Salvador – Bahia. É membro da Sociedade Brasileira de Pediatria . Tem qualificação em Suporte Avançado de Vida em Pediatria pela American Heart Association.

Ao longo de sua trajetória, trabalhou em diversos hospitais públicos e privados , entre eles HGE, Hospital Santa Izabel, Hospital da Cidade, Hospital Tereza de Lisieux, como emergencista e diarista de enfermaria e berçário. Já fez consultório em grandes clínicas conveniadas e ambulatórios do SUS e faz trabalhos voluntário. Hoje atua em hospital e em consultório particular e mantém alguns trabalhos voluntários.

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Algumas pessoas têm dificuldade em digerir a lactose porque não produzem lactase suficiente. Isso pode causar sintomas como dor abdominal, gases e diarreia quando consomem produtos lácteos. Essa condição é conhecida como intolerância à lactose.

A lactose é portanto o açúcar do leite, e sua digestão é essencial para aproveitar os nutrientes dos laticínios

O QUE É PLV (PROTEÍNA DO LEITE DE VACA) ?

Já a proteína do leite de vaca é um conjunto de substâncias encontradas no leite. Ela é composta por dois tipos principais: a caseína e as proteínas do soro do leite (como a lactoalbumina e a lactoglobulina). Essas proteínas são importantes porque ajudam no crescimento e na reparação dos tecidos do corpo, além de serem também importantes para o desenvolvimento dos músculos.

As proteínas do leite de vaca são consideradas completas, o que significa que contêm todos os aminoácidos essenciais que o corpo precisa. Por isso, são frequentemente usadas em fórmulas infantis e em produtos lácteos, como queijos e iogurtes.

Embora muitas pessoas consigam consumir leite de vaca sem problemas, algumas podem ter reações adversas, especialmente crianças pequenas. É aí que a alergia à proteína do leite de vaca pode entrar em cena.

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INTOLERÂNCIA A LACTOSE X APLV

A intolerância à lactose e a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) são condições distintas que envolvem respostas adversas ao consumo de produtos lácteos, mas têm causas e mecanismos diferentes. Vamos explorar as diferenças entre elas:

Intolerância à Lactose:

Causa: A intolerância à lactose ocorre devido à deficiência ou redução na atividade da enzima lactase, que é responsável pela digestão da lactose (um açúcar encontrado no leite e produtos lácteos). Ou seja é um problema na digestão.
Mecanismo: Quando uma pessoa intolerante à lactose consome laticínios, a lactose não digerida passa para o cólon, onde é fermentada por bactérias, causando sintomas como gases, cólicas abdominais, diarreia e inchaço abdominal.
Diagnóstico: O diagnóstico é geralmente baseado na história clínica, sintomas relatados e, às vezes, em testes como o teste de tolerância à lactose. Existe ainda testes genéticos para verificar a deficiência de lactase, entretanto não são muito indicados pela baixa eficácia.
Tratamento: O tratamento envolve a redução ou eliminação de produtos lácteos da dieta, uso de produtos lácteos sem lactose ou suplementação de lactase antes das refeições.

Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV):

Causa: A APLV é uma reação imunológica às proteínas encontradas no leite de vaca, como caseína e soro de leite.
Mecanismo: Quando uma pessoa com APLV consome leite ou produtos lácteos, o sistema imunológico reage exageradamente às proteínas do leite, produzindo anticorpos (imunoglobulina E – IgE) que desencadeiam sintomas alérgicos. Isso pode incluir erupções cutâneas, urticária, inchaço, dificuldade respiratória, vômitos e em casos mais graves, anafilaxia.
Diagnóstico: O diagnóstico geralmente envolve testes cutâneos de alergia, testes de sangue para detectar anticorpos IgE específicos para proteínas do leite e, às vezes, testes de provocação oral sob supervisão médica.
Tratamento: O tratamento envolve a exclusão total de leite e produtos lácteos da dieta. Em casos graves, pode ser necessário o uso de epinefrina (adrenalina) para tratar reações alérgicas agudas.

Principais Diferenças:

Causa: Intolerância à lactose é devido à deficiência de lactase, enquanto APLV é uma resposta imunológica às proteínas do leite.
Mecanismo: Intolerância à lactose envolve problemas na digestão da lactose, enquanto APLV envolve uma reação alérgica mediada pelo sistema imunológico.
Sintomas: Intolerância à lactose geralmente causa sintomas gastrointestinais, enquanto APLV pode causar uma variedade de sintomas, incluindo reações alérgicas.
Diagnóstico e Tratamento: Os métodos de diagnóstico e tratamento variam para cada condição, dependendo das suas causas e mecanismos subjacentes. Mas geralmente o diagnóstico é clínico.

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EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE APLV A DEPENDER DO SINTOMA/ACOMETIMENTO :

A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) pode ser classificada em diferentes tipos, dependendo da forma como o corpo reage à proteína. Aqui estão os principais tipos:

1. APLV IgE-Mediada

Descrição: Este tipo envolve a produção de anticorpos IgE em resposta às proteínas do leite de vaca. A reação ocorre rapidamente, geralmente em minutos a algumas horas após a exposição.
Sintomas: Podem incluir urticária, inchaço, dificuldades respiratórias e, em casos graves, anafilaxia.

2. APLV Não-IgE-Mediada

Descrição: Neste caso, a reação não envolve anticorpos IgE e pode demorar mais para se manifestar, geralmente dias após a exposição.
Sintomas: Podem incluir problemas gastrointestinais, como diarreia, vômitos, cólicas e refluxo, além de eczema ou dermatite.

3. APLV Mista

Descrição: Algumas crianças podem apresentar reações que envolvem tanto a resposta IgE quanto a não-IgE.
Sintomas: Combina sintomas de ambos os tipos.

4. APLV de Início Precoce

Descrição: Essa forma ocorre em bebês muito pequenos, muitas vezes logo após a introdução do leite de vaca na dieta.
Sintomas: Podem incluir sintomas gastrointestinais e cutâneos.

5. APLV de Início Tardio

Descrição: Neste tipo, os sintomas aparecem após um período de exposição ao leite de vaca, geralmente em crianças que já estavam consumindo leite sem problemas.
Sintomas: Podem ser variados, mas frequentemente incluem sintomas gastrointestinais.

Curta Duração

APLV geralmente não é classificada como “curta”, pois a condição pode persistir por meses ou até anos. No entanto, em alguns casos, crianças podem superar a alergia com o tempo, especialmente em formas não-IgE mediadas.

É importante consultar um médico para obter um diagnóstico correto e recomendações específicas de tratamento se você suspeitar de intolerância à lactose ou APLV em você ou em seu filho. O manejo adequado das condições pode ajudar a evitar sintomas desconfortáveis e promover uma dieta saudável e equilibrada levando ao adequado crescimento e desenvolvimento da criança .

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