A decisão de dar um polivitamínicos para uma criança deve ser baseada em várias considerações, incluindo a dieta da criança, seu estado de saúde geral, e orientação médica.
Dra Thaís Costa é médica pediatra há quase 15 anos. É formada em medicina pela UFBA – Universidade Federal da Bahia , fez residência em pediatria no Hospital Irmã Dulce, em Salvador – Bahia. É membro da Sociedade Brasileira de Pediatria . Tem qualificação em Suporte Avançado de Vida em Pediatria pela American Heart Association.
Ao longo de sua trajetória, trabalhou em diversos hospitais públicos e privados , entre eles HGE, Hospital Santa Izabel, Hospital da Cidade, Hospital Tereza de Lisieux, como emergencista e diarista de enfermaria e berçário. Já fez consultório em grandes clínicas conveniadas e ambulatórios do SUS e faz trabalhos voluntário. Hoje atua em hospital e em consultório particular e mantém alguns trabalhos voluntários.
Aqui estão alguns pontos a considerar:
1. Dieta da Criança:
- Uma dieta equilibrada e variada geralmente fornece à criança a maioria das vitaminas e minerais necessários para seu crescimento e desenvolvimento.
- Se a criança tem uma alimentação variada com frutas, legumes, proteínas e laticínios, ela provavelmente está recebendo muitos dos nutrientes de que precisa.
2. Necessidade Individual:
- Em algumas situações, como dietas restritivas (vegetarianismo estrito), alergias alimentares que limitam a variedade de alimentos consumidos, ou condições médicas que interferem na absorção de nutrientes, um polivitamínico pode ser recomendado pelo médico para prevenir deficiências.
3. Orientação Médica:
- Antes de iniciar qualquer suplementação vitamínica ou mineral, é essencial consultar um pediatra ou um profissional de saúde qualificado.
- O médico pode avaliar o estado de saúde da criança, sua dieta, e discutir quaisquer preocupações específicas antes de recomendar um polivitamínico.
4. Riscos de Excesso:
- Alguns nutrientes podem ser prejudiciais em excesso, como vitaminas lipossolúveis (vit A, vit D, vit E, vit K) e minerais como ferro.
- Suplementos vitamínicos devem ser administrados conforme as doses recomendadas para a idade da criança, pois doses excessivas podem causar toxicidade.
5. Alternativas:
- Em vez de polivitamínicos, considerar ajustes na dieta para garantir uma ingestão adequada de nutrientes essenciais pode ser uma abordagem preferível.
- Alimentos ricos em nutrientes específicos podem ser incluídos na dieta para suprir necessidades específicas.
Conclusão: A decisão de dar um polivitamínico à sua criança deve ser tomada com cuidado e baseada nas necessidades individuais dela, orientação médica e um entendimento claro dos benefícios e potenciais riscos. É sempre recomendável discutir qualquer decisão de suplementação com um profissional de saúde para garantir a segurança e a eficácia para a saúde da criança.
As complicações do uso de polivitamínicos sem necessidade
O uso de polivitamínicos tem se tornado cada vez mais comum, especialmente em uma sociedade que valoriza a saúde e o bem-estar. Muitas pessoas recorrem a esses suplementos na esperança de compensar deficiências nutricionais ou melhorar a saúde em geral. No entanto, o uso indiscriminado de polivitamínicos pode trazer algumas complicações que merecem atenção.
Uma das principais preocupações é a possibilidade de overdose de vitaminas e minerais. Embora seja raro, algumas vitaminas, especialmente as lipossolúveis como A, D, E e K, podem se acumular no organismo e causar toxicidade. Por exemplo, o excesso de vitamina A pode levar a problemas de fígado e até mesmo a efeitos adversos como dor de cabeça e náuseas. Além disso, a ingestão excessiva de vitamina D pode causar hipercalcemia, uma condição em que o nível de cálcio no sangue se torna perigosamente alto.
Outro ponto a ser considerado é que o uso desnecessário de polivitamínicos pode criar uma falsa sensação de segurança. Muitas pessoas podem acreditar que, ao tomar suplementos, estão se protegendo de problemas de saúde, o que pode levar a uma alimentação inadequada. Em vez de buscar uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, grãos integrais e proteínas magras, algumas pessoas podem negligenciar a importância de uma nutrição adequada, confiando apenas nos comprimidos.
Ademais, alguns polivitamínicos podem interagir com medicamentos, prejudicando sua eficácia. Por exemplo, a vitamina K pode interferir com anticoagulantes, enquanto a vitamina E pode aumentar o risco de sangramento em pessoas que já estão em tratamento com medicamentos anticoagulantes. É essencial consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação, especialmente se você já está em tratamento para condições médicas.
Por fim, o uso indiscriminado de polivitamínicos pode gerar um impacto financeiro desnecessário. Muitas vezes, as pessoas investem quantias significativas em suplementos que, na verdade, não trazem os benefícios esperados. Em vez disso, o foco deve estar em uma alimentação saudável e variada, que pode fornecer todos os nutrientes necessários de forma natural.
Então, embora os polivitamínicos possam ser úteis em algumas situações, seu uso sem necessidade pode acarretar complicações. É sempre melhor buscar orientação profissional e priorizar uma dieta balanceada. Afinal, a saúde é um bem precioso que merece ser cuidado com atenção e responsabilidade.
A suplementação de vitaminas em bebês e crianças pode ser indicada em algumas situações específicas. Aqui estão algumas delas:
- Deficiência Nutricional: Se uma criança apresentar deficiência de vitaminas ou minerais, a suplementação pode ser necessária para corrigir a carência.
- Alimentação Restrita: Crianças em dietas restritivas (por exemplo, vegetarianas ou veganas) podem precisar de suplementos, especialmente de vitamina B12, ferro, cálcio e vitamina D.
- Prematuridade: Bebês prematuros podem necessitar de suplementos de ferro e vitaminas, já que suas reservas nutricionais podem estar abaixo do ideal.
- Problemas de Absorção: Crianças com condições médicas que afetam a absorção de nutrientes, como doenças intestinais, podem precisar de suplementação.
- Fases de Crescimento Rápido: Durante períodos de crescimento acelerado, como a infância, pode ser útil suplementar com vitaminas e minerais, especialmente vitamina D e cálcio, para garantir o desenvolvimento ósseo adequado.
- Exposição Limitada ao Sol: A vitamina D é importante para a saúde óssea, e crianças que não têm exposição suficiente ao sol podem precisar de suplementação.
- Dificuldades Alimentares: Crianças que são seletivas com a comida ou têm aversão a certos grupos alimentares podem precisar de suplementação para garantir a ingestão adequada de nutrientes.
- Condições de Saúde Específicas: Algumas condições médicas, como anemia, podem exigir a suplementação de ferro e outras vitaminas.
É sempre importante consultar um pediatra antes de iniciar qualquer suplementação, para garantir que ela seja necessária e segura. A orientação profissional é fundamental para evitar excessos e garantir que as necessidades nutricionais da criança sejam atendidas de forma adequada.
Necessidades de Ferro em Bebês
Os bebês nascem com reservas de ferro que são suficientes para os primeiros meses de vida. No entanto, a partir dos seis meses, essas reservas começam a se esgotar, e é importante garantir que eles recebam a quantidade necessária de ferro por meio da alimentação.
Indicações para Suplementação
A suplementação de ferro pode ser indicada nas seguintes situações:
- Aleitamento Materno Exclusivo: Embora o leite materno contenha ferro, a quantidade pode ser insuficiente após os seis meses, especialmente se a criança não consome alimentos ricos em ferro.
- Alimentação Complementar: Quando iniciar a introdução de alimentos sólidos, é importante incluir fontes de ferro, como carnes, leguminosas e cereais fortificados.
- Fatores de Risco: Bebês que nascem prematuros ou que têm baixo peso ao nascer podem ter menores reservas de ferro e podem necessitar de suplementação. Além disso, crianças que apresentam dificuldades alimentares ou são alimentadas com fórmulas que não são fortificadas podem precisar de suplementação.
- Anemia Ferropriva: Se um bebê for diagnosticado com anemia, a suplementação de ferro será necessária para restaurar os níveis adequados.
Suplementação de Vitamina D em Bebês
A vitamina D é essencial para a saúde óssea e o desenvolvimento geral das crianças. Aqui estão as orientações sobre quando iniciar e até quando manter a suplementação de vitamina D em bebês.
Quando Iniciar a Suplementação
- Aleitamento Materno Exclusivo: Para bebês que são amamentados exclusivamente, a suplementação de vitamina D deve ser iniciada logo após o nascimento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todos os lactentes que recebem aleitamento materno recebam um suplemento de vitamina D de 400 UI (unidades internacionais) por dia.
- Fórmulas Fortificadas: Bebês que consomem fórmulas infantis fortificadas com vitamina D geralmente não precisam de suplementação adicional, pois essas fórmulas costumam conter a quantidade necessária do nutriente.
Até Quando Manter a Suplementação
- Até 1 Ano de Idade: A suplementação deve ser mantida até o bebê completar 1 ano, independentemente de estar sendo amamentado ou recebendo fórmula. A partir desse ponto, se a criança continuar a consumir alimentos ricos em vitamina D ou leite fortificado, pode não ser necessário continuar a suplementação.
- Após 1 Ano: Após o primeiro ano, a necessidade de continuar a suplementação de vitamina D depende da dieta da criança. Se a criança consome alimentos ricos em vitamina D (como peixes gordurosos, ovos, e laticínios fortificados) ou tem exposição adequada ao sol, a suplementação pode ser descontinuada.
- Situações Especiais: Em alguns casos, como crianças que não têm exposição solar adequada ou que seguem dietas restritivas, a suplementação pode ser continuada sob orientação médica.
É importante consultar um pediatra antes de iniciar a suplementação de vitamina D e seguir suas orientações sobre a dose e a duração. A vitamina D é vital para a saúde óssea e imunológica, e a prevenção de sua deficiência desde os primeiros meses de vida contribui para um desenvolvimento saudável. No entanto , em níveis elevados pode ser maléfica ao organismo.
Suplementação de Vitamina A em Bebês
A vitamina A é essencial para várias funções no organismo, incluindo a visão, o funcionamento do sistema imunológico e o crescimento e desenvolvimento celular. A seguir, discutiremos as orientações sobre a suplementação de vitamina A em bebês.
Importância da Vitamina A
A vitamina A é crucial para a saúde ocular e o desenvolvimento da retina, ajudando a prevenir problemas de visão, como a cegueira noturna. Além disso, contribui para a saúde da pele, a função imunológica e a integridade das mucosas.
Necessidades de Vitamina A em Bebês
- Lactantes: O leite materno é uma fonte importante de vitamina A. Bebês que são amamentados exclusivamente geralmente recebem a quantidade necessária através do leite materno, desde que a mãe tenha uma ingestão adequada de vitamina A em sua dieta.
- Fórmulas: Fórmulas infantis fortificadas também contêm vitamina A, o que pode ser suficiente para bebês que não são amamentados.
Suplementação de Vitamina A
- Indicações para Suplementação: A suplementação de vitamina A em bebês pode ser indicada em algumas situações:
- Deficiência: Se houver risco de deficiência, seja por questões alimentares ou de saúde, o pediatra pode recomendar a suplementação.
- Zonas de Risco: Em regiões onde a deficiência de vitamina A é comum, programas de suplementação podem ser implementados para crianças, geralmente a partir de 6 meses de idade.
- Forma de Suplementação: A vitamina A pode ser administrada em gotas ou em cápsulas. A dosagem deve ser sempre indicada por um profissional de saúde.
Até Quando Manter a Suplementação
- Duração: A suplementação pode ser mantida até os 2 anos de idade (geralmente dada a cada 6 meses), dependendo da situação nutricional da criança e da dieta. É importante monitorar a ingestão de vitamina A e garantir que a criança receba alimentos ricos neste nutriente.
Considerações Finais
Embora a suplementação de vitamina A seja importante em casos de deficiência, o excesso de vitamina A pode ser tóxico. Por isso, é fundamental que a suplementação seja realizada sob a supervisão de um pediatra. Uma alimentação equilibrada, rica em frutas e vegetais coloridos (como cenouras, batatas-doces e vegetais de folhas verdes), pode ajudar a garantir a ingestão adequada de vitamina A, contribuindo para a saúde e o desenvolvimento dos bebês.
SAIBA MAIS:
/https://drathaiscosta.com.br/o-que-faz-um-pediatra/]
/https://drathaiscosta.com.br/5-causas-anemia-em-criancas/
/https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/vitamina_d_dcnutrologia2014-2.pdf